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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Ranking revela condições sanitárias de cruzeiros de longo curso


Dados divulgados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), nesta segunda-feira (18/6), apontam que 55% dos navios de longo curso, que estiveram na costa brasileira durante a última temporada, estavam em excelentes condições sanitárias. Das 27 embarcações inspecionadas pela Agência, 15 foram classificadas na categoria A. 

O ranking da Anvisa classifica os navios em quatro categorias (A,B,C e D), de acordo com o grau de risco para saúde que cada embarcação apresenta no momento em que foram fiscalizadas pela Agência. Navios classificados na categoria A são os com melhores condições sanitárias e os que ficam na categoria D apresentam as piores.

Cinco embarcações de longo curso (19%) foram classificadas na categoria B, ou seja, estavam em boas condições sanitárias (acima da média). “Se considerarmos que 74% dos navios possuíam excelente ou boas condições sanitárias, podemos concluir que o trabalho da Agência junto ao setor tem gerado resultados positivos para a saúde dos brasileiros”, aponta o Diretor de Controle de Monitoramento Sanitário da Anvisa, Agenor Álvares.

Além disso, outras quatro embarcações foram classificadas na categoria C, que abrange os navios em condições sanitárias satisfatórias (na média). Por outro lado, os navios Star Princess, Veendam e Asuka 2 estavam em condições sanitárias insatisfatórias e foram classificados na categoria D do ranking da Anvisa.

“Embarcações classificadas na categoria D estão em condições inadequadas e passam por correções imediatas dos problemas que representam maior risco para a saúde dos passageiros antes de serem liberadas”, explica Álvares. Os navios de cruzeiro de longo curso são aqueles que realizam viagens internacionais entre portos estrangeiros e brasileiros. Essas embarcações fazem escalas em um ou mais portos brasileiros. Os resultados das inspeções estão disponíveis na página da Agência na internet. 

Confira aqui o hotsite sobre navios de cruzeiro 

Irregularidades 

No caso dos navios de cruzeiro de longo curso, as principais irregularidades detectadas pela Anvisa foram: alimentos fracionados sem rótulo mínimo (que identifique no mínimo qual alimento se trata e a data e hora de fracionamento) e áreas de recebimento de alimentos com potenciais riscos de contaminação dos alimentos. Além disso, foi constatado o armazenamento de produtos de limpeza em locais inadequados  e a presença de equipamentos e produtos  armazenados nas salas de ar condicionado, o que não é permitido pela legislação sanitária.

Outro problema foi a falta do controle do tempo e da temperatura dos alimentos expostos para o consumo. “Verificamos que, em algumas embarcações, existia apenas o controle do tempo de exposição dos alimentos, medida que é aceita em muitos países. Entretanto, no Brasil, também é preciso haver controle quanto à temperatura dos alimentos”, afirma o diretor da Anvisa.

Dentre outras não conformidades, ocorridas com menor frequência, foram encontrados locais de armazenamento de lixo menor que o volume gerado ou sem a segregação entre os tipos de resíduos gerados e lavatórios para higienização das mãos sem sabão líquido e papel toalha disponíveis. Outras irregularidades constatadas foram: falhas no monitoramento dos padrões de potabilidade da água, falta de plano de controle integrado de vetores e alimentos fora do prazo de validade. 

Veja a tabela com a classificação sanitária dos navios de longo curso 

Cabotagem 

Em março, a Anvisa divulgou o rankig dos 18 navios de cruzeiro que ficaram em cabotagem na costa brasileira durante toda a temporada. “São navios diferentes, mas o cenário encontrado pelos fiscais foi bem parecido”, diz Álvares.
Do total , 61% das embarcações de cabotagem ficaram classificadas na categoria B, 23% na categoria A e 11% na categoria C. Apenas o navio Grand Amazon foi enquadrado na categoria D.

De acordo com o diretor da Anvisa, as não conformidades encontradas nos navios de cruzeiro de longo curso assemelham-se com aquelas detectadas nos navios de cruzeiro de cabotagem. “Essa semelhança aponta o rumo no qual é preciso focar esforços para melhorar as condições dos navios de cruzeiro que passam na consta brasileira”, aponta Álvares. 

Classificação 

A classificação dos navios de cruzeiros em uma das quatro categorias considera dois quesitos variáveis: o índice de conformidade e a pontuação de risco. O primeiro corresponde à porcentagem dos itens do roteiro de inspeção que foram atendidos pela embarcação.

Já o segundo é a somatória dos valores de cada item do roteiro de inspeção que não foi cumprido, de acordo com o risco envolvido. Este índice pode variar de zero (navios com maior índice de segurança possível) a 5 mil (navio com menor índice de segurança possível).

Navios classificados no padrão de qualidade sanitária A apresentam índice de conformidade acima de 95% e índice de risco abaixo de 200. O padrão B envolve embarcações com índice de conformidade entre 90% e 94% e índice de risco entre 200 e 500.

No nível C, estão os cruzeiros que apresentam índice de conformidade entre 85% e 89% e índice de risco entre 500 e 800. Já as embarcações do nível D estão com índice de conformidade menor de 85% e índice de risco maior que 800. 

Inspeção 

Todos os navios de cruzeiro que circulam na costa brasileira passam por inspeções sanitárias da Anvisa. Nestas inspeções, realizadas de supresa, os fiscais da Agência verificam todos os controles da embarcação referentes à segurança sanitária dos alimentos preparados e da água para consumo humano ofertados a bordo. Outras áreas e serviços de importância sanitária, como águas recreativas (piscinas, hidromassagens, etc.), limpeza de cabines e ambientes, gerenciamento de lixo, sistema de tratamento de esgoto, controle de vetores/animais peçonhentos e salão de beleza, também são verificados.

As fiscalizações sanitárias de navios de cruzeiro seguem um mesmo roteiro de inspeção para todas as embarcações. No caso da constatação de irregularidades, as embarcações só são liberadas para continuar a navegação de rotina após a correção dos problemas. 

Saiba mais: 

Anvisa divulga ranking de segurança sanitária de navios de cruzeiros 



Fonte: Danilo Molina / Imprensa - Anvisa

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